sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Solidão de meu lar




Velhas são as conformidades em que o lar nos impera a viver
paredes desgastadas que nos limitam somente a ser
objectos tornados sensação, ilusão, razão
do nada feitos construção, mera e desgastada disposição

O tempo perde-se na memória dos espaços
quão cortejante é minha vida sob esta caminhada
o quarto, a sala, a cama deixada
de todos eles, a leitura dos meus traços.

Revolta sensação que me abarca nesta solidão
onde estou, o que sou, o que farei
gaiola, masmorra, aberta prisão
ao que ao vida dei, no que da vida deixei…

Preponderâncias de um olhar já visto
cego caminho, porque de cor sei que existo
já fui mera porta, rígida e abandonada
já fui mera janela, disponível, aberta, largada

O roçar, o tocar na evocação dos meus pensamentos
pó, brisa agreste que suporta meus móveis
delírio cansado de tão usado já trocado
memória sempre igual, de tão vasta já vulgar

O cheiro, esse perfume do meu pensamento
tribunal dos meus julgamentos, desgastes quentes do momento
colunas vergadas sobre mim suportadas
abandono silencioso de um todo ruidoso.

2 comentários:

  1. vascus alexander rafaellus (velkan) tambem conhecido por apolo ou raiozinho de sol e cujo o maior sonho e abrir uma editora comigo :D

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  2. mudaste a imagem :D sao ambas bonitas xD espero por novos comentarios trengo **

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